quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Arte Latino-Americana

Caetano Veloso utilizando o parangolé do Oiticica

Olá!

Semana de provas... Relendo uns textos... Precisava trazer umas anotações para cá.
Vários textos que leio preciso compartilhar. Não sei de onde vem isso. Mas sinto a necessidade de gritar como é bom ler certas coisas.

Um dos textos para a prova de amanhã chama-se "Reescrevendo a história da arte latino-americana" do Frederico Morais. Depois de o autor descrever o período moderno da arte latino-americana e explicar que hoje estamos (latino-americanos) muito mais conscientes da nossa autonomia criativa e que o mundo enxerga dessa maneira também, Moraes fecha o texto de forma brilhante. E vou transcrever esse trecho.

"Hélio Oiticica dizia, num de seus textos, que o papel da arte brasileira (leia-se latino-americana) no plano internacional era subterrâneo. Quando, finalmente, seu trabalho veio à superfície, menos de uma década depois de sua morte, o choque foi enorme. Oiticica é hoje uma das referências mais importantes da arte internacional. Na análise que Catherine David, curadora da última Documenta de Kassel: 'Sua obra carece de todo exotismo, aparecendo vinculada a uma modernidade sem nacionalidade e igualmente à tradição européia, sem deixar de pertencer a uma cultura brasileira, radical e selvagem'. Mas, surpresa, se pergunta: 'É possível uma arte experimental de vanguarda num país subdesenvolvido?' CLARO QUE É POSSÍVEL e o próprio Oiticica é melhor exemplo. Lygia Clark, outro. Cildo Meireles e Victor Grippo outros. A verdade é que o centro começa ser transformado pelas margens.
A antropofagia de Oswald de Andrade nos ensina que, se necessário, devemos ser insolentes, tanto na defesa de nossas tradições, quanto na absorção do que vem de fora. Nem timidez nem recato. Podemos e devemos buscar, onde quer que seja, o que necessitamos para a renovação de nossa criatividade plástica. Tanto quanto a arte dos grandes centros, a arte latino-americana é plural, dinâmica, contraditória, híbrida, sincrética. A existência de uma arte latino-americana viril e independente pressupõe intercâmbio, confrontação e relacionamento constante e aberto com a arte de outras nações."

Sem mais.

Cuidem-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário